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sábado, 22 de outubro de 2011

Crise na educação: quais as causas?


Muito se cobra investimentos na educação e melhorias no setor. O que muita gente não sabe é o quanto de recursos são liberados. Isso, pelo menos nas escolas municipais de Belo Horizonte. Muitas vezes seguimos no impulso da mídia e nos deixamos levar pelo que é veículado nos grandes canais de comunicação. Dizer que a educação passa por uma crise (aliás, há muito tempo) é certo. O problema é apontar causas erradas. As prefeituras das grandes capitais injetam muito dinheiro nas escolas imaginando que isso é o suficiente para se ter retorno nos índices da educação. Material pedagógico não falta! Alimentação também não!
Só para se ter uma ideia, a merenda dos alunos das escolas municipais de BH é farta de tudo que há de melhor. Inclusive, uma nutricionista faz acompanhamento para que a alimentação desses estudantes seja sempre saudável. Na minha época de escola municipal, lá nos anos 90, não me lembro de ter visto, muito menos comido, frutas, frango, verdura entre outros alimentos. Caderno? Era um para cada matéria por ano. Já hoje... Caderno é o que não falta.
Então porque mesmo com tanto recurso a educação continua em crise? Diante desses investimentos o que se espera é, no mínimo, um aluno mais interessado em estudar. Certo? Errado! Tem alunos com treze anos que até hoje não sabe nem ler nem escrever dentro das escolas. Falta de interesse do aluno? Desleixo da família? Ou será que é o professor que está desmotivado?
Em conversa com alguns professores de uma escola municipal de BH, descobri o quanto são apaixonados pela profissão. E digo mais, nem eles sabem porque os alunos estão perdendo a vontade pela escola.
Então vou tentar enumerar alguns pontos que podem ser desfavoráveis neste processo árduo de educar:
Primeiro ponto é a remuneração do professor que não acompanha o mesmo rítmo do investimento no setor. Gasta-se muito dinheiro com projetos sócio-pedagógicos e o profissional que se dane. Segunda questão: o aluno está cada vez mais protegido pelos orgãos de defesa da criança e do adolescente, e isso, às vezes impede o professor ou até mesmo o pai de tomar medidas punitivas afim de educá-lo.
Durante minha trajetória como educador de uma escola municipal de Belo Horizonte, presenciei muita coisa. A mais comum é atritos entre alunos e professores. Essa semana aconteceu algo que não acreditei. Uma professora, depois de tanto pedir a um aluno que saísse da sala dela, pois ele não fazia parte da turma, foi agredida verbalmente pelo garoto de apenas treze anos. Segundo ela, o menino a ameaçou dando socos na própria mão dizendo que “e pegaria lá fora”. A professora tentando se defender respondeu: “Vou chamar meu marido que é grande e quero ver se você vai fazer alguma coisa comigo”. A direção da escola chamou o pai desse aluno e a polícia. No final das contas, adivinhem quem levou a pior?
O menino de treze anos desmentiu tudo (claro, ele é um santo e estava na sala dela rezando) e ainda disse que a professora o ameaçou. O policial chamou a atenção da professora. Segundo o militar, ela jamais poderia ter dito que o marido “era grande e que viria protegê-la”. Uai! Se o marido não pode proteger a esposa quem mais vai fazer isso? A polícia? A diretora?
A ordem dos papéis mudou: aluno manda na sala e o professor se vira como pode e ainda sofre agressões.
E mais uma vez: a educação não está de mal a pior por falta de dinheiro ou investimento. As causas dessa crise permanente devem ser reavaliadas por todos nós.

Um comentário:

  1. Talvez a falta de investimento nos profissionais. Afinal, de nada adianta programas, projetos, tecnologias e blá blá blás de qualquer natureza, se não houver PESSOAS capacitadas a frente!

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